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Resenha, Opinião, Desabafo: As Peças Infernais

11 de jul. de 2014

Primeiro de tudo quero pedir desculpas pelos dias que fiquei sem postar, mas tava ali, curtindo meu luto futebolístico depois do vexame jogo do Brasil. Quem me segue no Twitter sabe que sou apaixonada por futebol e tava 100% em clima de copa. BUT.
Segundo, venho por meio deste dizer que finalmente, meu povo, eu li a série As Peças Infernais, pré-sequência de Os Instrumentos Mortais. É para glorificar de pé, irmãos! É por esse motivo que estou aqui, para comentar a série e dizer tudo que senti ao lê-la. Já aviso, vai ter spoilers porque não me aguento e estou no auge do momento (acabei de ler Princesa Mecânica faz meia hora e to bufando de ódio).

Eu li Os Instrumentos Mortais há mais ou menos 4 ou 5 anos, não lembro direito, e me apaixonei pelo mundo criado pela Cassandra Clare. O universo dos Caçadores de Sombras é maravilhoso e muitíssimo bem construído pela autora, a gente percebe no decorrer da leitura que ela soube pesquisar e fundamentar sua fantasia. Fiquei em ressaca literária durante um tempo, até que a Cassie anuncia que, SIM AMIGOS, haverá continuação e se não bastasse uma outra série também. Confesso que fiquei receosa, mas eram os meus Shadowhunters e não podia negar. Li então Cidade dos Anjos Caídos e me decepcionei total, perdi totalmente a vontade de continuar lendo essa série e pior, não criei gosto por iniciar As Peças Infernais. Estava com medo e enciumada e, portanto, procrastinei. Via muitas resenhas, muitos elogios, mas nada me instigava. Semana passada, resolvi dar mais uma chance e me forcei a ler. E aqui estou.


As Peças Infernais, como disse, é uma pré-sequência do mundo dos Caçadores de Sombras que descobrimos em Os Instrumentos Mortais. É ambientada na Londres vitoriana (o único motivo que me deu um pequeno golpe de incentivo por adorar essa época) e conhecemos Theresa ‘Tessa’ Gray, uma nova-iorquina que se vê sem ninguém no mundo após a morte de seus parentes e vai ao encontro do irmão em Londres. Chegando lá, duas senhoras com um bilhete dele a convencem de segui-las e então se vê enganada e prisioneiras pelas Irmãs Sombrias. Tessa descobre então que possui um poder que jamais imaginava possuir e que um tal de Magister a quer a qualquer custo. Esse é o conflito da série: de onde veio Tessa, o que ela pode fazer, o que ela é e por quê o Magister a quer tanto. O enredo tem base no estilo steampunk, um subgênero da ficção científica onde o foco é tecnológico, com direito a muita engrenagem, máquinas e óleos. Preciso dizer que esse gênero não me agradou nem um pouco, pelo contrário, achei forçadíssimo no mundo Shadowhunter e não colou. Há quem goste, eu não gostei.

Eu disse no Twitter que a história não me prendeu, e é verdade. Se dependesse desse conflito criado pela Cassandra, se dependesse do vilão e seu propósito e da maneira como as coisas se desenrolam em busca de uma solução, eu teria abandonado a série logo após o primeiro livro, Anjo Mecânico. Mas uma coisa me prendia, uma coisa me estimulou a continuar. Will Herondale. É inegável que os personagens da Cassie são muito bem projetados e construídos, seja ele protagonista ou coadjuvante. Em fato, essa é a característica marcante da autora, ela dá história a TODOS os personagens secundários, eles possuem um passado e um futuro, a gente não se envolve e nem torce só pelos principais. E foi por causa desse cara maravilhoso chamado Will que eu não conseguia largar os livros. Eu queria saber o que ia acontecer com ele e estava me lixando pra Tessa, seu poder e seu mistério. Mas antes de descarregar meu veneno nela, deixem eu exaltar o grande Will. Ele é um caçador de sombras, obviamente, e é caracterizado pela sua arrogância, sarcasmo e grosseria. Ninguém gosta dele a não ser seu parabatai, Jem (já falo dele também). Só que o Will, mesmo sendo um monstro de tão grosseiro, possui uma elegância que faz com que nos apaixonemos por ele. É inevitável. Ainda mais quando descobrimos o porque dele ser assim, tão desagradável. O Will é 100% verdadeiro até mesmo quando está fingindo e acredito que o que me fez gostar tanto dele foi o fato de me identificar na maneira com que ele coloca as necessidades dos outros acima das suas e não quer que elas interfiram nos seus problemas. É como se ele dissesse “o problema é meu, a dor de cabeça é minha, eu lido com isso, você não”. É encantador.
Por outro lado, temos seu parceiro, Jem. Se James fosse um animal, eu o imagino como uma pomba por que ele exala paz e pureza. É o personagem mais genuíno e puro da série. O Jem está sendo sempre educado, calmo e lógico, enquanto o Will é impulsivo. Tudo no Jem é branco, claro, sua aura, seu cabelo, sua pele, seu coração, e pra aumentar ainda mais essa delicadeza, o pobre sofre de uma doença que o fará morrer quer queira ou não. O Jem é a personificação da fragilidade, porém com um escudo de força. Ele não desiste, nem de si mesmo e muito menos dos outros. Eu adorei o Jem, gente, não vou dizer que não, mas o que sentia mesmo era pena. E aí temos a relação LINDÍSSIMA de amizade, companheirismo e amor entre esses dois. Esse foi outro fator que me prendeu a série. O amor que o Will sente pelo Jem e vice-versa é maravilhoso e invejável. É tão lindo que não tenho palavras pra expressar a admiração que possuo por essa relação. É de tocar a alma e emocionar até mesmo o mais duro dos corações. Mas como sempre, nas histórias de Cassandra, há uma mulher para tentar acabar com essa beleza. Tessa Gray.

É uma versão mais evoluída da Clary? É. É determinada, inteligente e que não mede esforços ou palavras para conseguir o que quer? Sim. Mas, eu sei que vai ter gente que vai querer me matar, a Tessa é a bicha mais egoísta que a Cassandra já inventou. E sim, digo isso tanto em relação as atitudes que ela toma quanto ao Magister, quanto ao seu poder, como principalmente em relação ao triângulo amoroso Will-Tessa-Jem. Eu sinceramente não consegui sentir o amor que ela tanto frisava possuir pelo Jem. Não consegui mesmo, não colou comigo. Para mim, ela sentia carinho e admiração, mas não o amava. É muito claro desde o primeiro livro o sentimento que ela nutre por Will, e não digo isso por ele ser o meu favorito, mas é porque está lá pra todos verem. O menino não podia entrar na sala, não podia olhar pra ela, que a bicha se tremia toda. Sinceramente, eu senti que Tessa levou o Jem como garantia. Quando o Will afastou dela e não quis que ela se aproximasse dele, lá estava o pobre do Jem, que não percebeu nada e se declarou, e, pra não perder seu lugar ‘privilegiado’ no Instituto e Mundo das Sombras, ela aceita. Eu odiei essa garota. Quando ela não tava no esfrega com o Jem, tava aos beijos com o Will. FAÇA-ME O FAVOR! Nem adianta vim com essa de amar dois da mesma maneira e ao mesmo tempo porque NÃO! A Tessa só não terminou com o Jem quando soube do segredo do Will por motivos de: pena (é Tessa, eu não te julgo nessa). Tanto é verdade que no momento que ela pensou que o Jem morreu, o que ela faz? VAI PRO EDREDOM COM O WILL. Bitch, what?

Aí no último livro, esperamos uma conclusão UAU quanto ao Magister e o segredo de Tessa Gray, e tudo acaba em duas páginas. Cassandra Clare definitivamente não soube criar um vilão digno como Valentine em As Peças Infernais.

Mas eu DEVO dizer que esse desfecho não foi nem a pior coisa da conclusão final da série, mas sim aquele epílogo. GENTE DO CÉU, eu quis jogar meu tablet longe. O Jem, pra não morrer, se tornou Irmão do Silêncio e por isso não podia manter relações com ninguém. Aí a Tessa faz o que? Casa com o Will. SÓ QUE, ela combina de se encontrar todo ano com o Jem. BITCH, WHAT? Como o Will não é imortal, o pobrezinho morre depois de uma vida feliz ao lado dessa demônia. Aí DO NADA (porque eu não entendi essa parte, favor me ajudem), o Jem consegue virar mortal de novo sem sequelas do veneno do demônio e o que a Tessa faz, porque ela não consegue ficar sem bajulações né? FICA COM O MENINO. Eu não aceito isso. Definitivamente, não. Uma palavra que define esse epilogo: DESNECESSÁRIO. Eu ainda estou bufando de raiva.

Enfim, As Peças Infernais foi muito abaixo do que ouvi e do que esperava. Dou nota 3.


UFA! Desabafei!

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