Primeiro de
tudo quero pedir desculpas pelos dias que fiquei sem postar, mas tava ali,
curtindo meu luto futebolístico depois do vexame jogo do Brasil. Quem me segue
no Twitter sabe que sou apaixonada por futebol e tava 100% em clima de copa.
BUT.
Segundo,
venho por meio deste dizer que finalmente, meu povo, eu li a série As Peças
Infernais, pré-sequência de Os Instrumentos Mortais. É para glorificar de pé, irmãos!
É por esse motivo que estou aqui, para comentar a série e dizer tudo que senti
ao lê-la. Já aviso, vai ter spoilers porque não me aguento e estou no auge do
momento (acabei de ler Princesa Mecânica faz meia hora e to bufando de ódio).
Eu li Os
Instrumentos Mortais há mais ou menos 4 ou 5 anos, não lembro direito, e me
apaixonei pelo mundo criado pela Cassandra Clare. O universo dos Caçadores de
Sombras é maravilhoso e muitíssimo bem construído pela autora, a gente percebe
no decorrer da leitura que ela soube pesquisar e fundamentar sua fantasia.
Fiquei em ressaca literária durante um tempo, até que a Cassie anuncia que, SIM
AMIGOS, haverá continuação e se não bastasse uma outra série também. Confesso
que fiquei receosa, mas eram os meus Shadowhunters e não podia negar. Li então
Cidade dos Anjos Caídos e me decepcionei total, perdi totalmente a vontade de
continuar lendo essa série e pior, não criei gosto por iniciar As Peças
Infernais. Estava com medo e enciumada e, portanto, procrastinei. Via muitas
resenhas, muitos elogios, mas nada me instigava. Semana passada, resolvi dar
mais uma chance e me forcei a ler. E aqui estou.
As Peças
Infernais, como disse, é uma pré-sequência do mundo dos Caçadores de Sombras
que descobrimos em Os Instrumentos Mortais. É ambientada na Londres vitoriana
(o único motivo que me deu um pequeno golpe de incentivo por adorar essa época)
e conhecemos Theresa ‘Tessa’ Gray, uma nova-iorquina que se vê sem ninguém no
mundo após a morte de seus parentes e vai ao encontro do irmão em Londres.
Chegando lá, duas senhoras com um bilhete dele a convencem de segui-las e então
se vê enganada e prisioneiras pelas Irmãs Sombrias. Tessa descobre então que
possui um poder que jamais imaginava possuir e que um tal de Magister a quer a
qualquer custo. Esse é o conflito da série: de onde veio Tessa, o que ela pode
fazer, o que ela é e por quê o Magister a quer tanto. O enredo tem base no
estilo steampunk, um subgênero da ficção científica onde o foco é tecnológico,
com direito a muita engrenagem, máquinas e óleos. Preciso dizer que esse gênero
não me agradou nem um pouco, pelo contrário, achei forçadíssimo no mundo
Shadowhunter e não colou. Há quem goste, eu não gostei.
Eu disse no
Twitter que a história não me prendeu, e é verdade. Se dependesse desse
conflito criado pela Cassandra, se dependesse do vilão e seu propósito e da
maneira como as coisas se desenrolam em busca de uma solução, eu teria
abandonado a série logo após o primeiro livro, Anjo Mecânico. Mas uma coisa me
prendia, uma coisa me estimulou a continuar. Will Herondale. É inegável que os
personagens da Cassie são muito bem projetados e construídos, seja ele
protagonista ou coadjuvante. Em fato, essa é a característica marcante da
autora, ela dá história a TODOS os personagens secundários, eles possuem um
passado e um futuro, a gente não se envolve e nem torce só pelos principais. E
foi por causa desse cara maravilhoso chamado Will que eu não conseguia largar
os livros. Eu queria saber o que ia acontecer com ele e estava me lixando pra
Tessa, seu poder e seu mistério. Mas antes de descarregar meu veneno nela,
deixem eu exaltar o grande Will. Ele é um caçador de sombras, obviamente, e é
caracterizado pela sua arrogância, sarcasmo e grosseria. Ninguém gosta dele a
não ser seu parabatai, Jem (já falo dele também). Só que o Will, mesmo sendo um
monstro de tão grosseiro, possui uma elegância que faz com que nos apaixonemos
por ele. É inevitável. Ainda mais quando descobrimos o porque dele ser assim,
tão desagradável. O Will é 100% verdadeiro até mesmo quando está fingindo e
acredito que o que me fez gostar tanto dele foi o fato de me identificar na
maneira com que ele coloca as necessidades dos outros acima das suas e não quer
que elas interfiram nos seus problemas. É como se ele dissesse “o problema é
meu, a dor de cabeça é minha, eu lido com isso, você não”. É encantador.
Por outro
lado, temos seu parceiro, Jem. Se James fosse um animal, eu o imagino como uma
pomba por que ele exala paz e pureza. É o personagem mais genuíno e puro da
série. O Jem está sendo sempre educado, calmo e lógico, enquanto o Will é
impulsivo. Tudo no Jem é branco, claro, sua aura, seu cabelo, sua pele, seu
coração, e pra aumentar ainda mais essa delicadeza, o pobre sofre de uma doença
que o fará morrer quer queira ou não. O Jem é a personificação da fragilidade,
porém com um escudo de força. Ele não desiste, nem de si mesmo e muito menos
dos outros. Eu adorei o Jem, gente, não vou dizer que não, mas o que sentia
mesmo era pena. E aí temos a relação LINDÍSSIMA de amizade, companheirismo e
amor entre esses dois. Esse foi outro fator que me prendeu a série. O amor que
o Will sente pelo Jem e vice-versa é maravilhoso e invejável. É tão lindo que
não tenho palavras pra expressar a admiração que possuo por essa relação. É de
tocar a alma e emocionar até mesmo o mais duro dos corações. Mas como sempre,
nas histórias de Cassandra, há uma mulher para tentar acabar com essa beleza.
Tessa Gray.
É uma versão
mais evoluída da Clary? É. É determinada, inteligente e que não mede esforços
ou palavras para conseguir o que quer? Sim. Mas, eu sei que vai ter gente que
vai querer me matar, a Tessa é a bicha mais egoísta que a Cassandra já
inventou. E sim, digo isso tanto em relação as atitudes que ela toma quanto ao
Magister, quanto ao seu poder, como principalmente em relação ao triângulo
amoroso Will-Tessa-Jem. Eu sinceramente não consegui sentir o amor que ela
tanto frisava possuir pelo Jem. Não consegui mesmo, não colou comigo. Para mim,
ela sentia carinho e admiração, mas não o amava. É muito claro desde o primeiro
livro o sentimento que ela nutre por Will, e não digo isso por ele ser o meu
favorito, mas é porque está lá pra todos verem. O menino não podia entrar na
sala, não podia olhar pra ela, que a bicha se tremia toda. Sinceramente, eu
senti que Tessa levou o Jem como garantia. Quando o Will afastou dela e não
quis que ela se aproximasse dele, lá estava o pobre do Jem, que não percebeu
nada e se declarou, e, pra não perder seu lugar ‘privilegiado’ no Instituto e
Mundo das Sombras, ela aceita. Eu odiei essa garota. Quando ela não tava no
esfrega com o Jem, tava aos beijos com o Will. FAÇA-ME O FAVOR! Nem adianta vim
com essa de amar dois da mesma maneira e ao mesmo tempo porque NÃO! A Tessa só
não terminou com o Jem quando soube do segredo do Will por motivos de: pena (é
Tessa, eu não te julgo nessa). Tanto é verdade que no momento que ela pensou
que o Jem morreu, o que ela faz? VAI PRO EDREDOM COM O WILL. Bitch, what?
Aí no último
livro, esperamos uma conclusão UAU quanto ao Magister e o segredo de Tessa
Gray, e tudo acaba em duas páginas. Cassandra Clare definitivamente não soube
criar um vilão digno como Valentine em As Peças Infernais.
Mas eu DEVO
dizer que esse desfecho não foi nem a pior coisa da conclusão final da série,
mas sim aquele epílogo. GENTE DO CÉU, eu quis jogar meu tablet longe. O Jem,
pra não morrer, se tornou Irmão do Silêncio e por isso não podia manter
relações com ninguém. Aí a Tessa faz o que? Casa com o Will. SÓ QUE, ela
combina de se encontrar todo ano com o Jem. BITCH, WHAT? Como o Will não é
imortal, o pobrezinho morre depois de uma vida feliz ao lado dessa demônia. Aí
DO NADA (porque eu não entendi essa parte, favor me ajudem), o Jem consegue
virar mortal de novo sem sequelas do veneno do demônio e o que a Tessa faz,
porque ela não consegue ficar sem bajulações né? FICA COM O MENINO. Eu não
aceito isso. Definitivamente, não. Uma palavra que define esse epilogo:
DESNECESSÁRIO. Eu ainda estou bufando de raiva.
Enfim, As
Peças Infernais foi muito abaixo do que ouvi e do que esperava. Dou nota 3.
UFA!
Desabafei!
Finalmente alguém concorda comigo !!!!
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