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300 dias sem ele

28 de mai. de 2014


Smartphones. Telefones inteligentes. Hoje em dia eles estão nas mãos de pelo menos 80% da população mundial. É realmente difícil conhecer alguém que não tenha um. Nossas vidas ao invés de deixarem eles entrarem simplesmente estão se moldando à eles. É um mutualismo obrigatório. Eles sem a gente não vivem e, acreditem se quiser, nós sem eles também não. Imagina, meu caro leitor, se de um dia para o outro você fosse privado do seu querido smartphone? Nada de Instagram, ou Snapchat e muito menos Whatsapp. Você sobreviveria? Bom, eu sobrevivi.
Eu fui uma das primeiras da minha galera a ter a vida integrada e dependente de um smartphone. Em fato, fui eu quem apresentou o tal de Whatsapp para minhas amigas, até porque ficar gastando crédito em sms com elas estava me deixando pobre. Antes a gente ligava uma para outras (quando era da mesma operadora por causa de bônus, claro) ou então nos contentávamos com inbox no Facebook e até mesmo MSN. Mas eles estavam aí para facilitar nossas vidas, e de certo modo, foram efetivos.
Meu celular foi roubado em uma festa aberta de aniversário de uma amiga. Eu o tinha comprado com o meu próprio dinheiro e suor. Quando vi minha bolsa vazia dei as mãos a Maysa e vi meu mundo cair, abracei a Roberta Miranda e senti o abismo a um passo dos meus pés. Meus contatos, minhas fotos, meus vídeos. Perdidos. Minha mãe não ia comprar outro pra mim. Disso eu já sabia e ela deixou bem claro quando contei o acontecido. Só me restava... sobreviver.
Os primeiros dias foram angustiantes. Eu esperava sentir a vibração e o toque de nova mensagem do Whatsapp debaixo do meu travesseiro (o som era de uma bolha debaixo d’água que me rendia muitas piadas com amigos e namorado). Mas ele nunca mais veio. Esperei o som de uma nova notificação do Facebook ou e-mail novo. Também nunca mais ouvi. Nunca mais senti o poder de escolher o filtro correto para uma foto no Instagram.
Marcar encontro com amigos ficou mais difícil. Voltar aquele período Mesozoico de ter que ligar ou mandar sms e esperar a outra pessoa atender ou responder para saber onde estava era excruciante. Até mesmo porque hoje em dia ninguém mais usa o celular para isso. Vá em frente e faça o teste. Ligue para seus amigos. Tenho certeza que a primeira pergunta será um “tá, mas porque você tá me ligando? Manda um whats”. E a coisa piorava ainda mais quando seus créditos acabavam. Obrigada mãe por salvar minha vida inúmeras vezes quando me via sozinha na balada e pedia pra você ligar pra alguma das minhas amigas.
E quando finalmente o encontro era marcado, eu me sentia um peixe fora d’água porque todos, TODOS os meus amigos de 5 em 5 minutos desbloqueavam a tela do seu smartphone e ficavam lá viajando nos aplicativos. “Viu a foto que fulano postou? Olha o que ciclano disse pra mim!”. Eu falei sozinha durante horas. De uma hora para outra eu sentia que não fazia mais parte do clube. Fazer check-in? Nem sei mais o gosto disso. Eu não sei qual a sensação de mandar snapchat porque não deu tempo de apreciar o aplicativo. Eu o tinha baixado um dia antes do furto.
E pra piorar ainda mais, perdi a conta de quantos futuros namorados perdi por não ter mais um meio ‘fácil’ de comunicação. “Então gata, me dá seu whats” “Então, eu não tenho”. E nunca mais via o sujeito. O que aconteceu com o “Me add no face” ou “Me dá seu número e eu te ligo”? Acho que as pessoas se acomodaram tanto a Era Digitar que se esqueceram de usar as cordas vocais e simplesmente falar.
Foi difícil? Foi. Muito! Mas hey, eu estou viva! Se eu sinto falta? Demais! Mas eu aprendi que existe um mundo além daquele que vejo na minha tela de 2.3 polegadas. Sabiam que eu nem sabia que haviam construído um prédio novo na minha rua? Ou que plantaram árvores novas na praça do lado do meu condomínio? Eu mal notei que minha melhor amiga pintou o cabelo! Estava tão focada nos pixels, andava tão concentrada de cabeça baixa digitando naquela tela que eu perdi o mundo ao meu redor. Hoje eu olho para os lados. Não ouço o ‘glup’ do meu WhatsApp mas ouço a risada da minha mãe no fim do corredor e vou logo correndo pra ela porque quero rir também. E rio! Muito! Eu tirei meus filtros, deixei que as pessoas supusessem aonde eu estava ao não contar pro mundo inteiro com um check-in, isso tornou a busca por mim mais interessante. Até porque quem quiser mesmo falar comigo ou me ver, vai dar o seu jeito. Isso que eu estou valorizando ultimamente. Estou separando os que realmente me querem em suas vidas dos que não se esforçam para isso. E acreditem quando digo que quanto menos as pessoas sabem da sua vida, melhor.

Meu nome é Renata e eu estou há 300 dias sem um smartphone. E feliz.

6 comentários:

  1. A gente pensa que não pode viver sem celular ou qualquer outro tipo de tecnologia, mas não é verdade. Na maior parte das vezes nunca sequer tentamos deixá-lo de lado, então se não fossem essas situações forçadas, jamais saberíamos. Meu celular era um Samsung que fazia ligações, mandava SMS e tinha rádio FM, e o coitado sofria bullying pela falta de funções e aplicativos. Agora, a minha amiga me deu o antigo Nokia da mãe dela, que até tem conexão wi-fi, mas eu não sinto vontade de ficar com ele na mão o tempo todo. Em casa, por outro lado, não largo o tablet. Mas sei que posso viver sem ele. Um dia meu computador pifou e li Razão e Sensibilidade todo em inglês, sem saber se conseguiria. E de vez em quando eu faço um detox voluntário de internet, porque é realmente incrível descobrir as coisas que você pode fazer se sair dessa dependência. :)

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    1. Exatamente! Eu me acostumei muito a ficar sem smartphone, mas como você mesma disse, em casa eu não saio do notebook. Internet vicia muito, chega a ser doença. Bom saber que não sou a única que sobrevive sem um celular 'legal' HAHAHAHA :D

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    Cumprimentos
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    DR MAXWELL

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