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Cinema em Casa: Divergente

27 de jul. de 2014




Na futurística Chicago, quando a adolescente Beatrice (Shailene Woodley) completa 16 anos ela tem que escolher entre as diferentes facções que a cidade está dividida. Elas são cinco, e cada uma representa um valor diferente, como honestidade, generosidade, coragem e outros. Beatrice surpreende a todos e até a si mesma quando decide pela facção dos destemidos, escolhendo uma diferente da família, e tendo que abandonar o lar. Ao entrar para a Audácia, ela torna-se Tris e vai enfrentar uma jornada para afastar seus medos e descobrir quem é de verdade. Além disso, Tris conhece Four, um rapaz mais experiente na facção que ela, e que consegue intrigá-la e encantá-la ao mesmo tempo.



Divergente (Divergent) – 139 min - EUA – 2014
Direção: Neil Burger
Roteiro: Evan Daugherty, Vanessa Taylor, baseados no romance de Veronica Roth
Elenco: Shailene Woodley, Theo James, Kate Winslet, Zoë Kravitz, Ashley Judd, Tony Goldwing, Ansel Elgort



Antes de qualquer coisa quero deixar bem claro que eu NÃO li os livros. Obrigada.

Chegou aos cinemas, há um tempinho, o filme Divergente que entrou na onda de Jogos Vorazes e Crepúsculo no quesito adaptação de livros juvenis – e quanto ao primeiro, na onda distópica. O filme traz a mais nova queridinha da américa Shailene Woodley no papel de Tris, o gostoso Theo James no papel de Four e temos participações pra lá de especiais, como a Ashley Judd como mãe da Tris e ninguém menos que Kate Winslet na pele da vilã Jeanine.


 O filme começa com a explicação do cenário, uma Chicago completamente destruída, e da sociedade dividida por facções: A Amizade, composta por agricultores; Erudição, composta pelos nerds e ligados em ciência e tecnologia; Franqueza, movidos pela sinceridade e composta – pelo que entendi – de advogados; Abnegação, são os de bom coração unidos na caridade, e a Audácia, os guardas da cidade. Quando se completa dezesseis anos, todos os jovens são obrigados a escolher uma dessas facções para fazer parte e por isso, são submetidos a um Teste de Aptidão, onde através de um estudo de sua mente ajudará a escolher aquela que corresponde a sua personalidade.

É nesse contexto que temos a Beatrice Prior (mais além se torna Tris) que obtém um Teste inconclusivo por ter afinidade em mais de uma facção, o que eles chamam de Divergente. Em sua cerimônia de escolha, Beatrice decide por escolher Audácia, trocando a facção onde nascera e fora criada, a Abnegação – que é a facção no poder, no momento, tipo um presidente e primeiro ministro.



Então o filme se desenrola, com a agora Tris de adaptando em sua nova facção e desenvolvendo testes em um Processo de Iniciação que, se falhar, não será aceita e assim se tornará uma Sem Facção, os mendigos. E conhece Four, um dos líderes e instrutores de Audácia e desperta uma relação amorosa entre os dois. Só que paralelamente a isso, há a caça aos Divergentes por serem considerados superiores e perigosos ao ‘governo’, bem como ao ‘golpe de Estado’ da Erudição que quer tomar o poder da Abnegação.

O filme possui toda a técnica cinematográfica de um filme blockbuster de nível médio. A construção de uma Chicago destruída por uma guerra que não foi explicada no filme foi muito precisa e bem desenvolvida. O figurino também está de parabéns ao diferenciar nitidamente as cinco facções, tanto pelas cores como pela qualidade. Os efeitos especiais se convergem apenas no cenário, o filme todo é direcionado em lutas coreografadas e saltos. A atuação da Shailene é muito restrita, até mesmo porque a personagem não desenvolve muito uma atuação de mérito. A Kate Winslet fez uma vilã maravilhosa, o que era de se esperar, quando estava em cena o foco era todo nela.


Eu gostei do filme, confesso, é algo que eu assistiria de novo quando não tivesse nada pra fazer em um dia de folga. Atingiu o objetivo: atrair atenção para um público infanto-juvenil e lucrar em bilheterias. Aposto  muito na continuação, alguma coisa 'GENTE', pela fandom numerosa que a série literária possui. Dou três estrelas () e no IMDb avaliei em nota 6.

Agora eu quero um momento pra discutir uma coisinha que surgiu na rede social de uma pessoa que me chamou a atenção. Vou repetir, EU NÃO LI OS LIVROS, mas achei fantástica a idéia de divisão em facções de uma sociedade, bem como achei interessantíssimo em COMO e QUAIS foram essas facções. O que eu senti falta foi a desenvoltura do contexto social e do histórico dessas facções como também como funciona a economia, saúde e educação dessa cidade. O roteiro – e acredito que os livros também – focou apenas na Tris e no romance, com uma pitada de conflito pelo fato dela ser Divergente, mas a base social é tão rica que deveria ser muito mais explorada. Não sei se isso acontece nos outros ‘gentes’, porém no filme, por ser o primeiro e com uma necessidade de explicações para entendimento, faltou esse processo de conhecimento – se é que existe. Eu por exemplo fiquei com várias perguntas, do tipo: que guerra foi essa? Quem deu ideia das facções? Por que essas facções? E os artistas vão pra qual facção? O que diabos é aquela muralha? Da onde vem o dinheiro e quem o regula? Existem leis? Ouvi dizer que a própria autora não soube responder perguntas sobre o funcionamento da cidade de Chicago em facções e nem como o resto do mundo se encontra dentro da sua distopia, o que é uma pena pela riqueza de conteúdo que ela poderia explorar.

Resumindo, o filme é entretenimento e legal de assistir, ainda mais se for acompanhado de uma boa pipoca caramelizada.

Se vocês já viram o filme ou leram a série, diz aí pra mim o que acharam! :D

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