Eu não ia falar dessa série aqui. Juro que não, mas
não me aguentei! O desfecho dessa série que tanto amo foi lindo, ideal e
maravilhoso. Então, eu preciso escrever.
Como disse no post sobre As Peças Infernais, eu sou
apaixonada pelo mundo dos Caçadores de Sombras e a série Os Instrumentos Mortais
é o meu xodó há muito tempo. Os três primeiros livros foram incríveis, Cidade
de Vidro então foi espetacular, só que a Cassandra Clare quis continuar a
história com mais três livros. Não gostei, achei desnecessário e quando li
Cidade dos Anjos Caídos então me decepcionei demais. A história perdeu o rumo,
os personagens perderam sua essência e se tornaram insuportáveis. Bom, talvez
nem todos. Eu não gostava do Simon, desculpa mundo, mas é a verdade. Achava ele
chato, engraçadinho de vez em quando, mas chato e irritante. Só que nessa ‘Parte
II’ de Os Instrumentos Mortais eu passei a amá-lo. O Simon evoluiu imensamente
na mesma proporção que o Jace involuiu. O Daylighter conquistou um espaço no
meu coração que achei impossível possuir. Ele está muito diferente, muito mais
inteligente e independente de maneira gritante. Cassandra Clare fez um favor a
humanidade ao cortar o cordão umbilical que ligava Simon a Clary, porque, assim
como Jace, a Clary só decepcionou.
Eu tenho uma relação de amor e
ódio com a Clary, só que em Cidade dos Anjos Caídos ela está insuportável. Tá
mimada, carente, egoísta e chata. Exatamente com o Jace. Meu Deus, Cassie, você
conseguiu acabar com o encanto desse personagem em um livro. Esse garoto tá um
saco de tão chato e dramático e cheio de mimimis. Ainda bem que tinha mais dois
livros. AINDA BEM.
Em Cidade das Almas Perdidas os personagens voltam a
ser como eram antes. Graças a Deus. Quer dizer, mais ou menos! Talvez não o
Jace. Quem leu sabe o que eu quero dizer. Ainda sim, mesmo com esse porém na
sua história, o Jace conseguiu reavivar aquela avidez e alma sarcástica e
impulsiva que eu – e acredito que todas – tanto amo. A surpresa mesmo vai para
a Clary que FINALMENTE depois de 5 livros consegue se portar como uma Caçadora
de Sombras e não como uma adolescente mimada e ‘traída’ pela sua mãe. Eu devo
tirar meu chapéu para ela aqui, pois se mostrou uma peça chave no desenrolar na
história e não mediu esforços para ir atrás dos seus propósitos, e mais, não
pensou em si. Outra coisa que devo destacar nesse livro – acho que em todos, na
verdade – são as histórias secundárias. Isabelle continua diva como sempre, foi
a personagem que menos perdeu o seu eu interior. Ela está mais amável do que em
Cidade dos Ossos, mas isso aconteceu de maneira gradativa e extremamente fofa.
O Alec seguiu o mesmo caminho da irmã, está muito mais maleável e amigável, SÓ
QUE, pra que tanto mimimi na relação com o Magnus? Cassie, para de fazer os
personagens ficarem chatos, pelamor! Alec quer saber quantos, quem, como e onde
o Magnus traçou e fica putinhA quando não tem respostas. Alec, migo, de
experiência própria, você não quer saber quantas bocas já estiveram no seu
namorado, então, pode parar. Gostei muito da atenção que a autora deu ao Jordan
e Maia, o bando de lobisomens é o meu segundo na escala de favoritismo de Seres
do Submundo. E tem o Magnus!! MEU DEUS, O MAGNUS! Eu sou enlouquecidamente
apaixonada por ele, sem brincadeira. O personagem é tão natural – digo na sua
personalidade porque de natural ele não tem nada – que é impossível não gostar
dessa criatura. Em todas as cenas que ele aparece, rouba a cena. Magnus é sempre
necessário. Sempre! Ele foi o único que não mudou em nada do seu comportamento,
continua o mesmíssimo.
E temos o Sebastian. Sério, SEBASTIAN ME ABRAÇA! Eu
pensei que a Cassie não conseguiria criar um vilão tão fascinante com o
Valentine, mas errei feio. O Sebastian SUPERA o pai, em todos os sentidos. É
nesse segundo livro da ‘Parte II’ que nos tornamos íntimos do Sebastian e, não
sei vocês, mas eu aprendi a gostar dele e a torcer por ele. Não digo em relação
ao seu plano maquiavélico de quer extinguir a raça dos Nephilims, mas sim por
ele em si. O Sebastian me conquistou principalmente por sua persistência e
inteligência, mas também pelo seu amor – sim, ele também ama – por sua irmã. É
um amor diferente, doentio se me permitem dizer, mas vamos dar uma colher de
chá porque ele foi criado por Valentine. Ele só é
carentão, o pobrezinho.
Uma coisa que achei que foi forçar a barra nessa
série foi a relação parabatai entre Jace e Alec. Os três primeiros livros não
tem tanta referencia a isso como nesses três últimos, tanto que eu nem me
lembrava que os dois eram parabatai. Não teve aquela profundidade que vemos com
Will e Jem – acho difícil criar outros parabatai tão perfeitos como eles. O ‘parabataísmo’
em As Peças Infernais é muito mais intenso do que em Os Instrumentos Mortais.
Deve ser pelo fato do enredo não focar tanto nessa relação como foi com Will e
Jem, mas eu não consegui sentir a conexão e o amor tão forte a ponto de se
ligarem no ritual em Jace e Alec. Os dois são muito independentes entre si e EU
acredito que parabatai tem uma relacionamento de interdependência. Sei lá, não
colou.
Aí chegamos em Cidade do Fogo Celestial. A gente tem
um mistério em relação ao Jace e quanto ao nome do livro que sinceramente não
me empolgou muito. Começamos o livro já levando na cara com ataques a
Institutos e mortes. Tem morte pra tudo quanto é canto – beijo JK Rowling – e tem
UMA MORTE COMPLETAMENTE DESNECESSÁRIA! Sério, a pobre criatura não fez nada pra
merecer isso. Cassie, bad girl! A trama do sexto livro é pra prender, porque a
cada capítulo tem uma coisa acontecendo e não deixando nossa turminha em paz.
Acredito que agora começam os spoilers. Para você que
não leu o último livro, obrigada pela presença. Para você que leu ou não se
importa, vem!
Primeiro. Sinceramente eu achei que o mistério do
fogo celestial em Jace foi resolvido muito rápido. O menino tá lá explodindo em
chamas no Inferno e a Clary, com uma simples runa de bloqueio de fogo, consegue
passar por ele e tirar o fogo do Jace e coloca-lo em uma espada, de novo, com
uma simples runa que ela nem sabia da onde vinha. Muito rápido. Muito fácil.
Cadê a complicação do negócio pra deixar mais emocionante? E a volta do Jem
para o mundo mortal com um simples toque em Jace? Menos cinquenta pontos, Cassandra.
Segundo. Eu não gostei e nem desgostei da Emma
Carstairs e do Jules Blackthorn, só achei que a Cassie queria muito introduzir
os dois no meio da história pra gente ir acostumando com eles já que são os
protagonistas da outra série dos Caçadores de Sombras. Tá bom, entendi, mas não
simpatizei tanto assim.
Terceiro. Pra quê tanto Jem e Tessa? Tá, tudo bem que
não foi tanto assim, mas pra quê? Ai, só de ler o nome da Tessa eu me contorcia
toda. Aqui não, por favor, fica no seu canto, filha!! O epílogo com a Tessa no
meio me irritou. Sério, não suporto! A única coisa que eu queria que ela
fizesse – já que estava ali mesmo né? – era falar pro Jace sobre o Will e os
Herondale. Só! Aí saía de cena de fininho.
Quarto. FINALMENTE Clary e Jace foram pros
finalmente! O que a Cassandra tem com sexo em lugares demoníacos? Ali na
caverna deve ter sido completamente desconfortável pra Clary. Coitada, era a
primeira vez da moça! Enfim, é pra glorificar de pé, irmãos!!
Quinto. QUE FINAL LINDO FOI O DO SEBASTIAN? Sério
mesmo, foi digníssimo para o melhor personagem dessa segunda trilogia. Foi mais
do que emocionante, foi perfeito. Eu chorei como uma louca. Foi lindo, lindo,
lindo! Ele voltando a ser Jonathan, os olhos verdes, se desculpando e
despedindo da Clary e da Jocelyn. AI, PARA, VOU CHORAR DE NOVO!
Sexto. SIMOOOOOOOOOOOON! Ele se sacrificando para saírem
do Inferno dando sua imortalidade e suas lembranças para o demônio foi de
matar. E pior, a Clary falando com ele e ele não lembrando dela foi de cortar o
meu coração em minúsculos pedaços. A parte que a Clary liga e ele não sabe quem
está falando foi pra acabar comigo. PORÉÉÉÉM, o desfecho pra ele foi digníssimo
também. Simon nunca gostou de ser vampiro então tirar a imortalidade dele foi
perfeita, e melhor, o Magnus ajudando-o a Ascender para se tornar um Caçadores
de Sombras foi ESPETACULAR. Eu juro que bati palmas quando li porque Simon é
mais Caçador de Sombras que a Clary. Desculpa, é verdade. E aí vem a frase mais
linda de todo o livro, quiçá de toda essa segunda trilogia. Quando a Clary
pergunta pro Simon logo depois que o Magnus restaura algumas lembranças se ele
lembrava dela e ele diz: “Você é Clary. Minha melhor amiga”. CHOREI OCEANOS.
Clary e Simon não é mais bonito que Will e Jem, mas chega muito perto e sim, os
dois TEM que ser parabatai, pelamordeus!
Sétimo e último. O final mesmo foi perfeito pra toda
a série em si. A nossa turminha do bem reunida, juntas e felizes. Clary nos
braços de Jace, Alec nos braços de Magnus e Isabelle nos braços de Simon. Todos
reunidos no lago da fazenda de Luke – que finalmente conseguiu casar com a
Jocelyn.
Resumindo: estou órfã. Ressaca literária é pouco, tem
uma parte de mim faltando. Agora eu consigo sentir o que os fãs de Harry Potter
sentiram quando leram o último livro. Se essa segunda trilogia foi necessária?
Não, mas as vezes a gente precisa de um pouco de desnecessário pra viver. A
segunda trilogia de Os Instrumentos Mortais se equipara a primeira, só é mais
emocionante por ser realmente o final de tudo. Deixo aqui o meu sincero
OBRIGADA a Cassandra Clare. Você fez minhas leituras mais felizes.
Nota: 5 estrelas