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Resenha: A Desconstrução de Mara Dyer

4 de jun. de 2014

Um grupo de amigos... Uma tábua ouija... Um presságio de morte. Mara Dyer não estava interessada em mensagens do além. Mas para não estragar a diversão da melhor amiga justo em seu aniversário ela decide embarcar na brincadeira. Apenas para receber um recado de sangue. Parecia uma simples piada de mau gosto... até que todos os presentes com exceção de Mara morrem no desabamento de um velho sanatório abandonado. O que o grupo estaria fazendo em um prédio condenado? A resposta parece estar perdida na mente pertubada de Mara. Mas depois de sobreviver à traumática experiência é natural que a menina se proteja com uma amnésia seletiva. Afinal, ela perdeu a melhor amiga, o namorado e a irmã do rapaz. Para ajudá-la a superar o trauma a família decide mudar para uma nova cidade, um novo começo. Todos estão empenhados em esquecer. E Mara só quer lembrar. Ainda mais com as alucinações - ou seriam premonições? - Os corpois e o véu entre realidade, pesadelo e sanidade se esgarçando dia a dia. Ela precisa entender o que houve para ter uma chance de impedir a loucura de tomá-la....

Eu ainda estou me martirizando por ter demorado tanto tempo pra ler esse livro (que foi publicado em 2011).

Sou uma viciada em canais literários. Fico boa parte do meu tempo procrastinando meus deveres profissionais e acadêmicos pra ficar vendo o que outras pessoas tem a dizer sobre livros e séries. É meu guilty pleasure. E uma coisa que vi em comum em muitos dos canais que sigo foi esse nome: Mara Dyer. Vi muita, mas muita gente falar bem e recomendar esse livro, mas como eu disse, eu procrastino e não pegava nunca esse livro pra ler. Até ontem. E entendi o porquê de toda aquela recomendação.
Não li a sinopse. Aliás, ando fazendo isso muito ultimamente. Leio o livro sem ler a sinopse. Quero ser surpreendida, quero não saber o que vai acontecer em seguida e na maioria das vezes quando sei sobre o que se trata o enredo eu já sei ou tenho noção do que vai acontecer na próxima página. Acho que isso foi um fator primordial pra eu ter adorado tanto esse livro.
O livro é confuso. Demorei um tempo pra me acostumar com o jeito que as coisas aconteciam com a Mara Dyer. Não estou falando da narrativa – que é ótima, simples e direta -, estou falando da ordem e maneira dos acontecimentos. Entretanto, não haveria outra maneira de mostrar o que acontecia com a Mara se fosse de outra maneira. Ela está confusa. Não, ela é confusa. Permita-me dizer que é louca.

Somos introduzidos a história com um jogo de tabuleiro místico chamado Tábua de Ouija, sabem, aquela tábua com letras e um apontador onde se faz pergunta pros mortos. E nesse jogo, Mara Dyer é o centro das atenções, pois do nada, todos seus amigos morrem e ela não sofre um arranhão. E não se lembra do que aconteceu. Basicamente, o livro se desenvolve em torno disso: o que aconteceu naquele dia e porque Mara não foi atingida. Nossa protagonista então começa a ter alucinações sobre seus amigos, sobre lugares, vendo vermes em comida.
Mara Dyer é uma adolescente que tem muita carga nas costas para levar. E ela enfrenta isso da maneira que muitos jovens não conseguiriam. Ela enfrenta o que acontece com ela e mais, quer saber o que está acontecendo, não se deixando levar pelo o que sua família ou psicóloga pensa. Ela sabe o que vê, sabe o que sente. Eu gostei muito dessa personagem, me identifiquei muito com ela. Mara não é uma desistente, ela é perseverante. Claro que enfrenta algumas crises por não ter noção do que está acontecendo, mas isso é normal para qualquer pessoa.
Os personagens secundários também são maravilhosos. Noah, o rapaz mais charmoso do colégio e que vê algo em Mara com que desenvolve uma relação estranha é perfeito. Ele me conquistou. O primeiro amigo da Mara no novo colégio, Jamie Roth, também. Sem contar o irmão mais velho dela, Daniel, que merece ganhar o troféu de melhor irmão do mundo por estar sempre presente e cauteloso em relação a irmã.

O mistério sobre quem é Mara Dyer é desenvolvido aos poucos e bem lentamente. Somos deixados com mais perguntas do que com respostas, na realidade. Isso me preocupou e decepcionou um pouco por que quando terminei o livro, senti que não descobri nem 20% do que está acontecendo. E que final foi aquele? Eu amo finais ‘uau’ e com um gancho pro livro sequência que nos faz ansiar pelo segundo livro como ansiamos por água no deserto.
O livro é totalmente psicológico e sombrio. Não digo sombrio com lugares escuros e magia negra, mas é sim pelo fato da trama ser do subconsciente, do desconhecido. Dou 5 estrelas pra esse enredo fantástico e já estou devorando o segundo livro.

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