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Hall da Fama: Mês de Junho

29 de jun. de 2014

Eu tenho diversas preferências e favoritos, seja no mundo cinematográfico, na literatura ou na música. Por esse motivo resolvi criar essa coluna, chamada Hall da Fama, onde uma vez por mês trago um destaque para vocês, com curiosidades e indicações. Fiquei em dúvida com quem começar, pois como disse, eu tenho muitos favoritos por aí. Entretanto, eu tinha que escolher essa pessoa porque foi com ele que eu criei paixão pela literatura. Se não fosse por esse homem, acredito que hoje não teria a metade da vontade de ler ou de escrever. O Hall da Fama do mês de junho é seu, José de Alencar.

Eu nasci em uma família de escritores. Está no meu sangue. Cresci rodeada por livros e mais livros. Lembro que um dos meus lugares favoritos era a biblioteca do meu avô – que possui o dom da escrita como ninguém. Minha mãe também cultivava um grande acervo de livros na nossa casa. Eu aprendi a ler e escrever sozinha, e quando dominava a leitura – depois de me entediar com livros com gravuras e enredo infantil -, fui me aventurando nos livros da minha mãe e do meu avô. Confesso que ficava horas tirando todos os livros fora da prateleira, admirando as capas. As letras miúdas e páginas amarelas não me intimidavam nem um pouco. Um deles me chamou a atenção. Era Lucíola, de José de Alencar. Devorei o livro em menos de dois dias e me encantei. A partir daí, roubei todos os livros desse tal José e os deixei no meu quarto, bem próximo a mim. Mas quem foi José e o que ele fez, Renas?

O escritor brasileiro José de Alencar nasceu no Ceará, região nordeste do Brasil, no ano de 1829. Filho de José Martiniano de Alencar e Ana Josefina de Alencar, o jovem foi influenciado pelos ideais políticos do pai, senador, assim como o irmão, diplomata. Formado em direito, o escritor atuou como advogado, jornalista, dramaturgo e até como político. A primeira obra, “Cinco Minutos”, foi lançada em 1856. A segunda, “A Viuvinha”, foi publicado no ano seguinte. “O Guarani”, obra mais famosa de José de Alencar, data do mesmo ano. Nas suas obras, Alencar demonstra uma preocupação com a cultura nacional. Buscando retratar o Brasil através de diferentes temáticas: indianistas, regionalistas, históricas e urbanas.  Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o patriarca da literatura brasileira”. Faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos de idade.

Acredito que toda a minha paixão por literatura, dramaturgia e sonoridade romancista tenha raízes com a minha admiração pelo trabalho de José de Alencar, também conhecido como o fundador do romantismo brasileiro. Quem já leu sabe que se quiser falar de amor, fale com o Marcinho José.

José de Alencar adora criticar a realidade (na sua época) do Brasil através do seu romance. Apesar de se espelhar no modelo europeu, sua escrita é totalmente nacionalista. Essa é a sua principal característica. Contudo, o seu romance não é melodramático como Álvares de Azevedo, ele é duro, consistente e real. É possível notar toque de crueldade e sarcasmo nos seus protagonistas, especialmente as mulheres dos seus romances históricos e urbanos. Particularmente, acredito que José de Alencar tenha sido um feminista por deixar no ar uma motivação por meio das mulheres de não submissão. Alencar acreditava sinceramente na vitória do homem na reforma de si mesmo e da sociedade.


Principais obras (e minhas favoritas)



Senhora (1875)
É o meu romance preferido na história mundial desse universo. Eu amo tanto esse livro que já o li umas dez vezes e sempre, sempre termino com um ar de “Meu Deus, José, você é foda!”. Trata do tema do casamento burguês, ou seja, baseado no interesse financeirovivenciado em meados do Segundo Reinado, na cidade de Rio de Janeiro. Nossa protagonista é Aurélia, uma jovem mulher dividida entre o amor e o ódio, o desejo e o desprezo pelo homem que ama. É um romance dividido em quatro partes e não obedece uma ordem cronológica. De início somos introduzidos a trama onde Aurélia compra seu marido, Fernando, sem que este saiba sua identidade, apenas o preço exorbitante que receberá se aceitar. Como se encontrava em péssimas condições financeiras, Fernando aceita e na noite de núpcias descobre que sua nova mulher é Aurélia, a moça por quem fora apaixonado anos antes, mas que rechaçara por não ser rica. A partir de então começamos a entender o porquê de Aurélia tê-lo comprado e como os dois vão levar a vida nesse casamento comprado. Eu DEVO dizer que Aurélia é a heroína romântica mais diva de qualquer livro já escrito. Ela é cruel, mordaz e com uma sede de vingança invejável. Já li em muitas resenhas onde tratam a Aurélia como bipolar por amar e odiar Fernando. Eu discordo completamente. Ela é apenas uma mulher com coração partido e com o orgulho maior que a cabeça. Aurélia nunca sai do salto e a maneira como trata Fernando é digna de admiração. Eu queria ser como ela, às vezes. 




Tentei achar a mesma capa do livro
 que tenho, não achei :(
Lucíola (1862)

Paulo Silva é um rapaz de 25 anos, pernambucano, recém-chegado ao Rio de Janeiro com a intenção de aí se estabelecer. No dia mesmo de sua chegada à corte sai em companhia de um amigo para conhecer a cidade e vê passar em um carro uma jovem muito bela. Descobre que é Lúcia, a cortesã mais requintada e desejada da cidade. E se apaixona por ela. O núcleo central da história se concentra em Paulo e Lúcia, mostrando suas individualidades com passado e presente próprios e também a luta como o par romântico. É muito parecido com Senhora no lance da luta entre necessidade financeira e os apelos do coração, tendo como antagonista a sociedade e seus hábitos doentios e seus costumes imorais. É aquela coisa de trocar o que sente pelo o que precisa. A melhor forma de resumir Lucíola é assistindo ao filme Moulin Rouge, a premissa é a mesma e a coincidência nos fatos é nítida. Eu não gosto tanto de Lucíola como gosto de Aurélia, acho a primeira bem mais cínica e que brinca com os sentimentos de Paulo.




Iracema (1865)

A história de Pocahontas. Sem brincadeira, é isso mesmo. O romance indianista mais conhecido da literatura brasileira. A leitura obrigatória do ensino médio e para provas de vestibulares. No romance há um argumento histórico: a colonização do Ceará. Nele há a presença de personagens históricos: Martim Soares Moreno, o colonizador português que se aliou aos índios Pitiguaras e Poti, Antônio Felipe Camarão. Basicamente o livro é sobre o amor de Martim, o colonizador, por Iracema, a colonizada, e todas as barreiras que devem enfrentar para ficarem juntos. Iracema perde o posto de virgem intocável ao se relacionar com Martim e se entregar e esse amor, e Martim se vê no dilema de amar uma selvagem e ser fiel aos seus ideais brancos. Alencar mostra uma conciliação do branco com o índio na representação da colonização do Brasil. Eu gosto desse livro por seu enredo indianista, mas eu ODEIO a Iracema, acho ela insuportável e dramática além do ponto.




A Pata da Gazela (1870)

Baseado em A Cinderela, Alencar aproveita o enredo, no qual uma jovem, ao entrar apressada dentro de uma carruagem, perde um par de seu sapato, que é encontrado por um rapaz que sai à procura da dona. Só que Alencar continua essa história de uma maneira irônica e linda de se ler. Amelia perde o sapato e Leopoldo, herói rico, o encontra. Horácio, herói pobre, também se apaixona por Amelia e assim vivenciamos um triangulo amoroso. A gente nunca sabe quem a Amelia vai escolher até o final do livro. Eu torço por Horácio, acho que todo mundo torce por ele ter desvantagem em relação a Leopoldo que é rico e sabe da ‘arte da sedução’. Como de praxe do romance alencariano, há muitas reviravoltas, mal entendidos e uma mocinha que se deixa levar por tudo que ouve ou parece ter ouvido. É um livro interessante de se ler porque a gente – especialmente as meninas – crescemos ouvindo a história da Cinderella e seu príncipe encantado perfeito e José quis jogar um balde de água fria nessa nossa idealização. E conseguiu, de certa maneira.


Outras obras de Alencar
- A viuvinha (1860);
- Diva (1864);
- O Guarani (1857);
- Ubirajara (1874);
- O gaúcho (1870);
- O tronco do ipê (1871);
- O sertanejo (1875).



Esse é o homem por quem eu sou apaixonada desde pequenininha. José de Alencar capturou meu coração e fez dele sua moradia com seu romantismo cruel e avassalador. Espero que eu consiga despertar um pouco a curiosidade e vontade de vocês de ler um pouco sobre esse homem e suas obras. Acho que a gente desvaloriza muito a nossa própria cultura. Vejo por aí um monte de crianças lendo literatura estrangeira - o que é válido, claro, pelo menos estão lendo - e não sabem citar um autor daqui. E mais, a literatura antiga e sua linguagem pode tirar a vontade por ser mais difícil, mas a sua essência é magnífica. Sou mais do que a favor de leitura obrigatória de clássicos brasileiros nas escolas, acho primordial pra educação de base de qualquer pessoa.

Top 5: Os livros que me fizeram chorar

25 de jun. de 2014

Eu sou uma manteiga derretida. Na verdade, sou líquida. Costumo dizer que não, mas sou sim. Quando assisto filmes de drama meus olhos sempre ardem e se enchem de lágrima em algum ponto da história. Só que com livros é diferente. Eu não costumo muito a chorar lendo. Salvo as exceções. Pra conseguir me fazer chorar em um livro, o autor deve ter traçado um enredo tão envolvente que eu me torne uma de suas personagens ou então que me surpreenda de algum modo ou que me cative. É por isso que hoje eu trago o meu Top 5 de livros que me fizeram chorar como uma criança.




 5) Harry Potter e a Ordem da Fênix – J.K. Rowling
Eu não me considero uma Pottermaníaca. Não fiz teorias, não comprei produtos da série, não sei o nome de todos os personagens e muito menos lembro nitidamente a ordem dos acontecimentos ou detalhes. Mas sei de uma coisa, eu amava o Sirius Black. De todos os personagens, ele era o meu favorito de longe! Quando eu li O Prisioneiro de Azkaban foi como se a J.K. soltasse um feitiço em mim porque eu caí de amores pelo Sirius. Não consigo explicar o porquê, só sei que pra mim ele é o bruxo mais fantástico e carismático no mundo de Harry Potter. Vocês já devem entender porquê esse livro entrou pro meu Top 5. A Ordem da Fênix tem um enredo sublime, os acontecimentos e desfechos desse livro são extraordinários, mas... POR QUÊ MATAR O SIRIUS?? Quando eu li essa passagem eu fiquei estática. Sério, eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo e quando dei por mim, estava chorando. Foi tão traumático que não consegui ler os próximos livros, ainda mais depois que fiquei sabendo que ele não voltava mesmo (porque dentro de mim eu alimentava a esperança que Sirius retornaria e mataria todo mundo). Eu quis matar a J.K. por ter acabado com a minha magia. Isso não se faz com pré-adolescentes indefesos.


4) Como eu era antes de você – Jojo Moyes
Esse livro entrou recentemente pro meu Top 5. Fiz a resenha dele aqui no blog e você pode ler lá o porquê dele estar em quarto lugar na minha lista. É um livro tão lindo que só de lembrar como eu me apeguei a ele já sinto minha garganta fechar.













3) Julgamento Mortal – Série Mortal – J.D. Robb
A série Mortal é a minha série favorita de todos os tempos. Ela está acima de qualquer outra série já escrita na história da literatura. Eu amo demais. Para os que não sabem ou nunca leram, pretendo fazer um post dedicado a ela em breve. Resumidamente, a série se foca na história de Eve Dallas, uma policial do departamento de homicídios da futurística cidade de Nova York. Eu costumo defini-la por Policial-Romance e não Romance-Policial porque em todos os livros o foco principal é o crime e a corrida da Eve por encontrar o assassino, porém, com um toque de romance no meio de tudo. Para os fãs de Agatha Christie é uma ótima recomendação, pois a trama criada pela Nora Roberts (sob o pseudônimo J.D.Robb) é intrigante. A gente lê achando que o assassino é tal e acaba com a cara no chão. Há um crime em cada livro, por isso a série Mortal não cansa. E os personagens são MARAVILHOSOS. Enfim, para entender o porquê do meu choro nesse livro é necessário ler ao mínimo os 4 primeiros livros da série. Eu me apeguei a Eve Dallas. Eu amo essa mulher de uma maneira incomum. Eu sinto o que ela sente quando estou lendo, eu vejo o que ela vê e até falo como ela. Por estar tão conectada à ela e sua história que quando um determinado acontecimento surge nesse livro eu fico tão chocada e desamparada como a Eve. Não houve morte, nem nada do tipo, mas o que acontece é extremamente emocional e determinante na vida da Eve. Só quem a conhece, como eu, pode sentir a desolação desse livro.



2) A Arte de Correr na Chuva – Garth Stein
Esse livro. Meu Deus! Esse livro! Só por se tratar de cachorro eu já sabia que iria me tocar no funda da alma, mas esse livro é diferente. Não é estilo Marley&Eu, é mais intenso e o que provoca essa intensidade é o fato do narrador ser o cachorro. Sim, nós lemos uma história sob a percepção de um cachorro e eu achei isso DESLUMBRANTE. Eu amo cachorro e eu amei o Enzo, e como não poderia? O enredo do livro é a vida de Enzo junto de seu dono Denny e sua família. Pode parecer monótono, mas acreditem, não é. A gente sente a maneira como Enzo se conecta com sua família e mesmo apesar dele não poder falar, faz de tudo para ser compreendido. E é. O livro tem o toque de inocência que eu realmente acredito que todos os cachorros possuem, sem contar da sua fidelidade. Depois de ler esse livro a gente realmente passa a enxergar os cachorros com outros olhos. Eu acredito que eles são os seres mais puros que Deus criou. Eu chorei nesse livro em diversas partes, e ainda choro quando releio ou indico pra alguém.



1) Souvenir – Therese Fowler
Eu não sei o que eu tinha quando li esse livro, mas de longe, foi o que eu mais chorei desde que aprendi a ler. Chorei mesmo, gente, como cachoeira. Era tanto choro, que eu lia uma pagina e tinha que parar, respirar fundo, tomar uma agua e continuar. Parar, respirar e continuar. Foi assim do meio do livro até o final. Eu literalmente molhei o livro. Tem páginas que é visível as gotas das minhas lágrimas. Mais uma vez repito, eu não sei porque ele me tocou dessa maneira. A história é clichê, a gente sabe o que vai acontecer no final, mas a narrativa da autora é tão fluida e envolvente que eu não consegui não sofrer com os personagens. A história é sobre Meg Powell e Carson McKay, os namorados de adolescência que são separados por golpe do destino. Mais de 15 anos depois eles se reencontram quando Meg descobre algo que irá mudar completamente suas vidas. Souvenir é puro drama. Eu acredito que estava na TPM quando o li pra minha reação ser tão devastadora porque algumas amigas leram e não foi tão intenso para elas como foi para mim. Mesmo assim, esse livro me fez chorar como nenhum outro sequer conseguiu.


E vocês? Quais livros fizeram vocês chorarem? Diz aí!

Melhores da Semana

22 de jun. de 2014

E mais uma semana se foi. Essa, em específico, foi muito corrida pra mim, mas consegui chegar a tempo de fazer o meu Melhores da Semana. Confira:

Filmes

Walk of Shame (2014)


Meghan Miles é uma âncora de um jornal televisivo secundário que está na esperança de conseguir a vaga em uma emissora de maior sucesso. Quando é rejeitada, tanto no trabalho quanto pelo noivo, vê a oportunidade de extravasar junto com suas duas amigas em uma noite. Quando digo extravasar é literalmente mesmo. Meghan toma todas as doses alcóolicas que consegue e sai na companhia do bartender. E bebe mais. No meio da noite recebe a noticia que o canal voltou atrás e a querem como sua âncora. Então Meghan começa a sua jornada da vergonha quando tudo, completamente tudo dá errado. Ela tem algumas horas para chegar ao seu trabalho para sua última transmissão e entrevista com seus futuros chefes. Adornada no seu vestido amarelo justo e curto, Meghan se vê numa corrida contra o tempo onde o mundo não conspira ao seu favor. Seu carro é guinchado, ela está sem sua bolsa, sem dinheiro e sem seu celular. É confundida com prostituta, vai parar numa gangue e é perseguida por policiais. Elizabeth Banks está hilária. Esse é o típico filme para se ver com as amigas tomando uma boa cerveja, pois é impossível não se identificar com a protagonista. Ótimo filme de comédia a nível previsível, mas interessante.



Oculus (2013) 

Quando seu irmão consegue aval do hospital psiquiátrico onde esteve durante anos após a terrível tragédia que assolou sua família quando pequenos, Kaylie está mais convicta do que nunca que o grande culpado de tudo é o espelho que decorava o escritório de seu pai e trama uma verdadeira armadilha para conseguir acabar com ele. Seu irmão está cético de que nada há de errado com o espelho quando acontecimentos e lembranças da infância marcada pela morte dos pais começa a assombrá-los. Eu sou VICIADA em filmes de terror. É o meu gênero favorito e o mais decepcionante também porque é muito difícil ter um filme com uma boa história e interpretação. Esse filme foi uma surpresa para mim. No ótimo sentido. O enredo é simplesmente FANTÁSTICO e a continuidade de cenas impressionante. Ele te prende em um jogo mental. O subconsciente é a peça chave desse filme. A gente começa pensando uma coisa, depois com as ordens das cenas passamos a duvidar se aquilo é verdade e ficamos nessa de não saber o que realmente está acontecendo até o final do filme. Os atores foram ótimos também. Esse filme não é a base de sonoridade, ele não te prega sustos com agudos de acordes, na realidade ele não te prega muitos sustos, ele te intriga. É difícil eu gostar de um terror e querer assisti-lo novamente, as Oculus me cativou. Um bom pedido para uma noite de tédio.



Livro

Interview with a Master - Jason Luke

Esqueçam tudo que leram em 50 Tons de Cinza. Esqueçam Christian Grey e seu suposto tipo de dominador sexual. Esqueçam os joguinhos que ele brincava com a Anastasia. Esqueçam. Essa série não passa de uma brincadeira comparada com Interview With a Master. Para os ou as curiosas do mundo BDSM (Bandage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) esse livro é a chave fictícia. Nele somos introduzidos ao Jonah Noble, o verdadeiro Mestre da arte BDSM. Somos apresentados ao seu estilo de vida e ao que BDSM realmente se refere, sem nhémnhémnhém e nem poupança de detalhes sórdidos. É um livro completamente nítido e erótico, com o linguajar sexual apropriado e sem firulas. Se quiserem a resenha completa, só pedir nos comentários ou no Twitter que faço.



Música

Dark Horse - Katy Perry

Essa foi a música que embalou minha semana. Ela foi ouvida 47 vezes nos últimos 7 dias de acordo com o meu player. A pegada pop da Katy Perry misturada com um toque de hip-hop me pegou de jeito. Dá vontade de arredar as cadeiras e dançar no meio da sala.



Maps - Maroon 5

Claro que eles não iam ficar de fora né? Meus amados e lindos e maravilhosos do Maroon 5 lançaram essa semana sua nova música Maps. A pegada é característica da banda e com a voz aguda do Adam Levine. Eu particularmente gosto mais do antigo Maroon 5, da época de Songs About Jane quando as músicas eram mais calmas, mas mesmo assim curti demais esse novo single.





Espero que tenham gostado! 

Top 5: Realities

20 de jun. de 2014

Um fato sobre mim: quando o assunto é televisão eu sou a pessoa mais fútil e supérflua que existe. Eu AMO realities toscos com direito a muita briga, xingamentos, intrigas e muito, mas muito dinheiro. Acredito que gosto tanto deles pelo simples fato de querer estar no lugar daquelas pessoas. É por esse motivo que estou aqui para compartilhar o meu top 5 de realities que alegram minhas noites e que sugam o meu tempo. Bora lá.

5) Dating in the Dark
Ai gente, esse reality é DEMAIS!! Existem diversas versões para ele. Tem americana, inglesa, mas a que eu mais gosto é a australiana porque, MEU DEUS, os australianos não tem pudores HAHAHAHA e não digo isso julgando-os, mas amando-os por me divertirem! A cada episódio, três mulheres e três homens vão a uma mansão onde vão ter rodadas de encontros as escuras uns com os outros. Nesses encontros devem conhecer sobre cada um e se identificar com o que achar o ‘parceiro ideal’. No final é revelada aos casais a aparência de cada um e cada casal deve decidir se vão dar a chance pro relacionamento ou se é adeus. Eu preciso dizer que acontece de TUDO no escurinho. Eu fico muito “OH MEU DEUS, NÃO, ELA NÃO FEZ ISSO” ou então “EU NÃO ACREDITO QUE ELE DISSE ISSO”. É demais, gente!! A premissa do programa é saber se o amor é realmente cego e na maioria das vezes, não! Eu assisto pelo youtube.



4) Top Chef
Eu sou gorda de espírito. Amo comer e sou ótima nisso. Óbvio que iria me apaixonar por um reality de comida. Para os que não sabem, Top Chef é uma competição de chefs de cozinha onde cada episódio é um desafio diferente. Sem contar as participações especiais de artistas. É realmente incrível o que eles fazem com uma simples batata ou a criatividade na apresentação dos pratos. Sem contar aquela chama de competição que envolve a casa. Eu adoro. Gosto mais ainda da versão Top Chef Masters que são vencedores ou runners-up de outras temporadas em busca do máximo título. O programa passa pelo canal Sony, não sei dizer o horário porque vejo via torrent.



3) Ex on the Beach
Imagina ir pra uma casa de praia na companhia de solteiros prontos pra farra. Agora imagina que durante sua estadia lá, seu ex aparece. É isso que acontece nesse reality DOS DEUSES. Ele se passa na Inglaterra, onde quatro mulheres e quatro homens estão em busca de diversão numa casa perfeita a beira-mar quando aos poucos seus/suas ex’s vão aparecendo. Aqui tem direito a briga, a palavrão, a puxão de cabelo, a bebida na cara, a barraco e a muito, muito sexo. Eu estou completamente apaixonada por esse reality porque adoro ver o circo pegando fogo e também porque me coloco no lugar deles. Se meu ex aparecesse e eu fosse obrigada a vê-lo ter encontro com outras mulheres eu simplesmente iria surtar. Eu e meu ex iríamos ser as estrelas desse reality porque daríamos um show de brigas e reconciliações HAHAHAHAHA. Mais uma vez, eu assisto no youtube.



2) Are You the One?
O meu novo xodó de realities. Imagina você, amigo (a), que não consegue se dar bem com ninguém, que quebrou a cara diversas vezes no quesito ‘mozão’ e que acha que não há o par perfeito te esperando aí fora, é informado que sim, ELE EXISTE e sim ELE ESTÁ NESSA CASA! Depois de diversos tipos de testes, 20 casais que nunca se viram antes são confinados em uma casa e o seu par perfeito está nela, você apenas não sabe quem é. A missão dessas 20 pessoas é encontrar seu par ideal para ganhar o prêmio de 2 milhões de dólares. A cada episódio se tem o direito de mandar um casal para a cabine da verdade para saber se são ou não o casal perfeito. Se sim, saem da casa e vão curtir sua lua-de-mel até o final da temporada, comparecendo apenas as reuniões de match. Se não, voltam para a casa e tentam novamente achar o seu mozão. A cada domingo eles se reúnem e formam casais que consideram ser os ideais e são informados quantos casais estão corretos, mas não quais são. É pura matemática. Novamente, aqui tem direito a barraco, choro, brigas, intrigas e muito sexo novamente. Eu ia pirar se fosse pra uma casa dessa sabendo que um cara perfeito pra mim sem saber quem é. Novamente, eu assisto pelo youtube.



1) Keeping Up with the Kardashians

É IMPOSSÍVEL NÃO AMÁ-LAS! Meu Deus, eu sou apaixonada por essa família. Eles não fazem nada demais, mas mesmo assim eu acompanho tanto a vida deles que me sinto como uma prima. Apesar de não ter a conta gorda que eles tem. Para você que vive numa bolha e não sabe quem os Kardashians são eles formam uma família de socialites dos EUA que tem o cotidiano filmado para que nós, meros mortais, possamos nos divertir com seus problemas, crises e ostentação. Como não se relacionar com eles, gente, me diz! É o reality mais inútil que existe e por esse motivo é o que eu mais adoro. Khloé, por favor, venha ser minha melhor amiga porque você é fantástica. O reality sempre passa no canal E!.


Dica da semana: Personare

14 de jun. de 2014



Hoje eu tô aqui pra dar uma dica de um site sensacional que conheci através de uma amiga há uns 2 anos. Não sei você, caro leitor, mas eu sempre consultei meu horóscopo apesar de não acreditar muito – bom, talvez não tanto assim. Eu não sou do tipo que lê todos os dias e se lá está escrito pra usar verde-abacate a semana inteira para ser feliz e afastar os maus, eu faço. Não, não mesmo. Mas eu gosto de ler e saber se bate com o que estou passando ou sentindo. Eu sei que tem milhões de teorias e porquês de horóscopo ser uma farsa, que o alinhamento dos planetas e estrelas não tem nada a ver com o que realmente somos, só que no fundinho do meu coração cético eu acredito. E esse site, meus amigos, nunca falhou comigo.
O Personare é um site astrológico. Mas péralá, não é nada como João Bidu ou Mãe Diná. Não tem nada de frases marcadas ou jogos montados, parece que com o pouco de informação que o damos, ele nos conhece como ninguém. O site tem diversas áreas. Horóscopo (que é chamado de trânsito), runas, tarot, numerologia, além de dicas para beleza (quer saber qual o melhor dia pra cortar seu cabelo? Aqui você tem), saúde e outros. Particularmente, eu só consulto o meu trânsito do dia, o resto nem dou bola.
É simples. Basta se cadastrar, dar sua data e hora de nascimento, o sexo e voilá, o site te conhece direitinho. E não é brincadeira não. Você então tem sua página no Personare. O legal é que o site se refere a você da maneira que desejar. O meu me chama de Renas, acho uma fofura, como se fosse meu amigo me escrevendo um conselho. Eu realmente não sei como ele faz isso, mas sempre que eu consulto meu trânsito alguma coisa ali bate. Teve uma época que eu passava por um momento de indecisão na minha vida quanto as minhas amizades, realmente não sabia em quem confiar e aquilo tava me matando. O Personare não sabia disso? Foi chocante ler meu trânsito e lá dizer “presta atenção com as pessoas que considera seu amigo e siga sua intuição pois ela nunca falhou com você”. BITCH, WHAT? Tem alguma câmera escondida aqui em casa? Vocês grampearam meu celular? Ou quando eu queria terminar meu namoro e o Personare me disse que eu estava passando por um momento de dúvida e que deveria tirar um tempo para mim mesma. Ou então quando o Personare disse que uma pessoa ia voltar na minha vida depois de muito tempo e no final do dia eu recebo uma ligação que me deixou boquiaberta. Isso foi apenas umas das inúmeras ‘coincidências’ que tive com o Personare. Ele não acerta sempre, claro, mas quando acerta é na mosca.
Sei que muitos vão achar fútil essa minha dica, mas quem nunca, não é mesmo? Quem nunca se identificou com aquela descrição do seu signo em algum site, algum programa de televisão ou até mesmo aquela sorte do dia no rádio. Como eu disse, eu não acredito 100% mas também não sou totalmente cética. Vai de cada um.

Espero que gostem!

Cinema em Casa: The Normal Heart

9 de jun. de 2014


Atualmente, todos que tem acesso a qualquer tipo de fonte de informação sabe, mesmo que superficialmente – do que se trata a AIDS, como o vírus HIV é transmitido, seus sintomas e as maneiras de prevenção. Acontece que nem sempre foi assim. A evolução biomédica quanto doenças transmissíveis possui uma progressão relativamente lenta quanto o seu conhecimento. Foi assim com a tuberculose, a hepatite e não tão distante assim, o H1N1. A diferença crucial nessa progressão em relação a AIDS foi o preconceito.


É década de 80, a revolução sexual estava a flor da pele. As pessoas não tinham mais medo de demonstrar sua opção sexual. Em fato, tinham orgulho em dizer que amavam e se relacionam com alguém do mesmo sexo. Até um agente invisível começa a matar numericamente os gays. Para se ter idéia, nos primórdios dos estudos do HIV, a síndrome era identificada como GRID (Imunodeficiência relacionada aos gays). Nem um pouco segregada e homofóbica, não é mesmo?
       Sob a direção de Ryan Murphy, The Normal Heart mostra sob uma perspectiva totalmente diferente dos filmes que estamos acostumados a ver sobre a AIDS, nos introduzindo em uma guerra política. Não é um filme moralista. Aliás, acredito que essa nem tenha sido sua intenção ao mostrar a luta que a população homossexual travava com o governo em busca de solução para as mortes que aumentam diante dos olhos de qualquer pessoa. É tão perceptível isso na cena inicial, onde um grupo de amigos homossexuais se encontra em uma casa de praia para curtirem sua liberdade com direito a muita cena de nudez, sexo e orgia. Na realidade, Ryan Murphy quis deixar bem explicito a parte sexual dos personagens e, acredito eu, para que as pessoas se acostumassem com a normalidade da paixão entre indivíduos do mesmo sexo, uma vez que cenas como essa ainda causam reação de repudio.


Nesse contexto, somos introduzidos a Ned Weeks (Mark Ruffalo), um jornalista gay que não mede palavras em suas crônicas, críticas e livros. Na realidade, Ned é visto como um líder visionário do universo gay por não ter papas na línguas e divulgar aos sete ventos sobre sua homossexualidade e defender o seu direito de amar quem quiser. Quando o vírus HIV começa a se espalhar deixando vítimas – lembrando, gays – aos montes, Ned é alertado pela médica Emma (Julia Roberts) que alguma coisa deveria ser feita, pois o governo simplesmente ignorava suas petições de financiamento para pesquisas. Emma vê em Ned seu porta-voz, afinal, ele era conhecido e tinha o dom da palavra e da persistência e, Ned vê em Emma a luz do fim do túnel.  É aí que começa a avalanche.
Ned juntamente com seus contatos começa um ativismo revolucionário como forma de chamar atenção das autoridades para a epidemia que estava acontecendo. Só que Ned enfrenta não só a negação política dos heterossexuais do poder, como também o medo e preconceitos de seus próprios colegas que preferem se manter calados e ‘dentro do armário’, atuando camuflados e não soltando a voz. É muito frustrante assistir a esse filme pois nos identificamos com o Ned na sua luta, por não desistir facilmente e por não se conter com migalhas. Apesar do enredo ter um foco mais político, Ryan Murphy não deixou que a pegada humana se perdesse ao mostrar a dor da perda como também o sofrimento daqueles que tiveram o companheiro atingido pelo vírus.


Um dos pontos que é impossível não destacar sobre o filme é a atuação dos atores. Foi espetacular. Julia Roberts e Mark Ruffalo deixam muitos atores por aí no chinelo com essa interpretação. Porém, o fator surpresa vai para o Matt Bomer, conhecido como Neil Caffrey na série White Collar. Ele está estupendo, maravilhoso. Todas as cenas em que o Matt contracena é de tocar o coração. Eu ousaria até mesmo em indica-lo a um Oscar de Ator Coadjuvante porque ele realmente me surpreendeu.
Acredito que The Normal Heart seja um filme obrigatório para todos, não só  por mostrar um lado de uma doença tão conhecida mundialmente, mas para que possamos nos identificar com Ned e ter, assim como ele, essa força e determinação para lutar pelos nossos princípios.


Direção: Ryan Murphy
Roteiro: Larry Kramer
Título Original: The Normal Heart
Gênero: Drama
Duração: 2h 13min
Ano de lançamento: 2014
Classificação etária: 16 Anos
Renas diz: 5 estrelas





Com: Mark Ruffalo, Jonathan Groff, Jim Parsons, Julia Roberts, Matt Boomer, Frank De Julio, Taylor Kitsch, Alfred Molina, BD Wong, Joe Mantello

Resenha: A Desconstrução de Mara Dyer

4 de jun. de 2014

Um grupo de amigos... Uma tábua ouija... Um presságio de morte. Mara Dyer não estava interessada em mensagens do além. Mas para não estragar a diversão da melhor amiga justo em seu aniversário ela decide embarcar na brincadeira. Apenas para receber um recado de sangue. Parecia uma simples piada de mau gosto... até que todos os presentes com exceção de Mara morrem no desabamento de um velho sanatório abandonado. O que o grupo estaria fazendo em um prédio condenado? A resposta parece estar perdida na mente pertubada de Mara. Mas depois de sobreviver à traumática experiência é natural que a menina se proteja com uma amnésia seletiva. Afinal, ela perdeu a melhor amiga, o namorado e a irmã do rapaz. Para ajudá-la a superar o trauma a família decide mudar para uma nova cidade, um novo começo. Todos estão empenhados em esquecer. E Mara só quer lembrar. Ainda mais com as alucinações - ou seriam premonições? - Os corpois e o véu entre realidade, pesadelo e sanidade se esgarçando dia a dia. Ela precisa entender o que houve para ter uma chance de impedir a loucura de tomá-la....

Eu ainda estou me martirizando por ter demorado tanto tempo pra ler esse livro (que foi publicado em 2011).

Sou uma viciada em canais literários. Fico boa parte do meu tempo procrastinando meus deveres profissionais e acadêmicos pra ficar vendo o que outras pessoas tem a dizer sobre livros e séries. É meu guilty pleasure. E uma coisa que vi em comum em muitos dos canais que sigo foi esse nome: Mara Dyer. Vi muita, mas muita gente falar bem e recomendar esse livro, mas como eu disse, eu procrastino e não pegava nunca esse livro pra ler. Até ontem. E entendi o porquê de toda aquela recomendação.
Não li a sinopse. Aliás, ando fazendo isso muito ultimamente. Leio o livro sem ler a sinopse. Quero ser surpreendida, quero não saber o que vai acontecer em seguida e na maioria das vezes quando sei sobre o que se trata o enredo eu já sei ou tenho noção do que vai acontecer na próxima página. Acho que isso foi um fator primordial pra eu ter adorado tanto esse livro.
O livro é confuso. Demorei um tempo pra me acostumar com o jeito que as coisas aconteciam com a Mara Dyer. Não estou falando da narrativa – que é ótima, simples e direta -, estou falando da ordem e maneira dos acontecimentos. Entretanto, não haveria outra maneira de mostrar o que acontecia com a Mara se fosse de outra maneira. Ela está confusa. Não, ela é confusa. Permita-me dizer que é louca.

Somos introduzidos a história com um jogo de tabuleiro místico chamado Tábua de Ouija, sabem, aquela tábua com letras e um apontador onde se faz pergunta pros mortos. E nesse jogo, Mara Dyer é o centro das atenções, pois do nada, todos seus amigos morrem e ela não sofre um arranhão. E não se lembra do que aconteceu. Basicamente, o livro se desenvolve em torno disso: o que aconteceu naquele dia e porque Mara não foi atingida. Nossa protagonista então começa a ter alucinações sobre seus amigos, sobre lugares, vendo vermes em comida.
Mara Dyer é uma adolescente que tem muita carga nas costas para levar. E ela enfrenta isso da maneira que muitos jovens não conseguiriam. Ela enfrenta o que acontece com ela e mais, quer saber o que está acontecendo, não se deixando levar pelo o que sua família ou psicóloga pensa. Ela sabe o que vê, sabe o que sente. Eu gostei muito dessa personagem, me identifiquei muito com ela. Mara não é uma desistente, ela é perseverante. Claro que enfrenta algumas crises por não ter noção do que está acontecendo, mas isso é normal para qualquer pessoa.
Os personagens secundários também são maravilhosos. Noah, o rapaz mais charmoso do colégio e que vê algo em Mara com que desenvolve uma relação estranha é perfeito. Ele me conquistou. O primeiro amigo da Mara no novo colégio, Jamie Roth, também. Sem contar o irmão mais velho dela, Daniel, que merece ganhar o troféu de melhor irmão do mundo por estar sempre presente e cauteloso em relação a irmã.

O mistério sobre quem é Mara Dyer é desenvolvido aos poucos e bem lentamente. Somos deixados com mais perguntas do que com respostas, na realidade. Isso me preocupou e decepcionou um pouco por que quando terminei o livro, senti que não descobri nem 20% do que está acontecendo. E que final foi aquele? Eu amo finais ‘uau’ e com um gancho pro livro sequência que nos faz ansiar pelo segundo livro como ansiamos por água no deserto.
O livro é totalmente psicológico e sombrio. Não digo sombrio com lugares escuros e magia negra, mas é sim pelo fato da trama ser do subconsciente, do desconhecido. Dou 5 estrelas pra esse enredo fantástico e já estou devorando o segundo livro.